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Aplicativos de vídeos; veja como funciona a publicidade

A grande fama para os aplicativos de vídeos curtos vem crescendo cada dia mais. Assim como o rival famoso Tik Tok, o Kwai é uma rede social originária da China e foca em vídeos curtos para bombar entre os usuários. Ela conquistou muita gente em terras tupiniquins porque paga quantias em dinheiro para quem permanece interagindo com conteúdo diariamente e convida outras para adentrar na plataforma. As demais redes não poderiam assistir passivas ao crescimento do Kwai, por isso também seguiram o mesmo caminho e possuem programas de monetização de conteúdo.

O grande problema são as falsas expectativas que esse sistema cria no usuário, dando a entender que as pessoas podem enriquecer apenas estando na plataforma e completando ações simples, o que não é o caso. O Kwai, por exemplo, costuma divulgar cifras astronômicas para cada ação. A realidade é que para conseguir pelo menos 5 reais na rede, o usuário que enviar o convite tem que certificar de que seu código foi acionado.

O seu modelo enganoso de publicidade

Cashback, o modelo por visualização e por convites tem causado controvérsia no âmbito de quem lida com publicidade digital. Isso porque essa modelagem tem sido acusada de violar diversos aspectos éticos do setor e até a legislação brasileira. Segundo a professora, isso causa frustração em muita gente que adentra no serviço e acaba perdendo horas do seu dia sem ser devidamente remunerado, conforme alardeavam as propagandas. A partir daí, a única forma de lucrar é convidando mais e mais pessoas para entrar na plataforma e produzindo conteúdo, mas isso não é dito de início pela plataforma.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária estabelece que os anúncios divulgados na plataforma devem respeitar três pontos. Se algo não estiver de acordo com isso, as redes sociais podem até sofrer processos na justiça. O usuário deve juntar as provas pertinentes, como os prints de tela ou e-mail, para comprovar que a plataforma não seguiu os requisitos mínimos para realizar a publicidade.

A regulamentação dos apps

Por trás dessa prática, está a ausência de legislação clara sobre as plataformas. As leis brasileiras são escassas e não regulam como as Big Techs operam, em especial no âmbito da publicidade digital. Ao apresentar sua defesa, confirmando a oferta e informando que toda a sua base de consumidores recebeu dinheiro por diferentes formas, a empresa apresentou os seus contornos e condições.

Regras não transparentes

Não há nada nos sites ou redes sociais que diga quanto a plataforma paga por visualização ou por assistir a vídeos, porque os valores variam de pessoa para pessoa. Um canal famoso no YouTube baixou o Kwai e o TikTok para fazer testes de quanto poderia ser arrecadado em duas semanas. De início, ambas as plataformas oferecem várias possibilidades para acumular moedas, que podem ser convertidas em dinheiro. Nos sete dias iniciais, foi possível para juntar cerca de R$10,00 somente por ingressar na plataforma e assistir aos vídeos.

Ao usar um código de ingresso no Kwai, por exemplo, a rede promete reverter os convites em R$2.400, sendo que o primeiro convidado poderia gerar até R$75 para a pessoa. Na prática, isso não ocorre. Os outros R$50, referentes aos 10 acessos consecutivos e diários das pessoas, não foram creditados, mesmo com as regras seguidas durante uma quinzena.

A posição do Kwai e TikTok sobre isso

Todas essas dúvidas, e muitas outras, foram enviadas para Kwai e TikTok, mas a resposta de ambos foi vaga. Por meio de uma nota, a Kwai disse que sua plataforma é um local inclusivo onde o usuário pode «expressar sua criatividade» e ter a distribuição do conteúdo por meio de um algoritmo inclusivo. O sistema de remuneração Kwai Bônus funciona como um incentivo para que qualquer pessoa possa criar conteúdos e usar a plataforma. A prioridade do Kwai é construir uma comunidade respeitosa, saudável e harmoniosa, que esteja de acordo com nossos Termos de Serviço.

O TikTok disse que o foco atual é oferecer a melhor experiência de aplicativo, explorando várias formas de monetizar conteúdo para marcas e criadores. A rede afirma que testa novos formatos constantemente e que oferece oportunidades de negócios interessantes em potencial. Sabemos que a monetização é importante para os criadores, mas também o valor, a autenticidade, a expressão, uma comunidade de apoio, uma comunidade engajada e todas as outras coisas que o TikTok oferece de maneira exclusiva. Na nota, a rede disse que o foco é criar uma experiência divertida, mas não esclareceu sobre os ganhos potenciais da plataforma.

A publicidade imatura e sem controle

Mas o problema é que, quando existe a monetização de todos os vídeos em potencial, em tese, tudo que é produzido acaba virando conteúdo publicitário. Hoje é bastante comum você ver vídeos de adolescentes e crianças na plataforma, algumas delas até incentivando a usar seus códigos para ganharem dinheiro na rede. Saindo do aspecto financeiro para adentrar nas questões éticas e morais, ambas as plataformas carecem de filtros de conteúdo mais apurados.

Quando a pessoa se declara como menor de idade, esse tipo de conteúdo é mais restrito, mas, como não existe a necessidade de comprovar, qualquer pessoa pode se passar por maior de 18 anos. Recentemente, o TikTok fez um esforço mundial de excluir mais de sete milhões de perfis pertencentes a pessoas com menos de 13 anos, o que viola a política da rede. A plataforma também tem criado ferramentas de automação para combater conteúdos ilegais, como nudez, abuso, violência e outras práticas.

Robotização do usuário e métricas falsas

Muito diferente da TV e do rádio, em que o consumo é passivo, as plataformas permitem curtir, comentar e interagir de diversos modos distintos. Outro problema diz respeito aos números inflados da plataforma. Ao atrair pessoas unicamente interessadas no dinheiro, TikTok e Kwai perdem o fator espontaneidade que sempre permeou as redes sociais.

Anteriomente, toda marca queria pessoas com milhões de seguidores, mas atualmente o cenário é outro. Muitas empresas perceberam ser vantajoso fazer campanhas com ‘nanoinfluenciadores’, pessoas com 20 ou 30 mil seguidores, do que com as estrelas do Insta.

Qual é a solução?

É importante uma educação midiática pois permite construir capacidades para que o cidadão caminhe pelo ambiente digital com mais segurança e ganhe uma massa crítica para observar o comportamento das plataformas. Veja que tais aplicativos usam da questão do dinheiro como atrativo para novos usuários, mas na realidade, com a entrada de novos usuários, traz apenas lucro para os aplicativos e não para o usuário que deve gerar mais lucro pra empresa tentando ganhar o que lhe é prometido com as propagandas!

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